A favela tem seu jeito próprio de se comunicar, seja com o corpo, com as imagens, com os sons e com os espaços. A Galeria Providência reconhece e fortalece essa potência comunicativa como uma ferramenta de mobilização, pertencimento e disputa de narrativa. Num contexto em que quase sempre falam da favela de fora para dentro, afirmamos o direito de falar por nós mesmos, com nossos próprios códigos e visões de mundo. Produzir comunicação, para nós, é ampliar vozes, criar vínculos e conectar o território com outros espaços, dentro e fora da cidade.
Atuamos para abrir caminhos de escuta e troca que fortaleçam a organização comunitária, o letramento digital e comunicacional, o acesso à informação de qualidade e a capacidade de agir politicamente. Porque comunicar, para nós, é também transformar, juntos, a realidade.
Vivemos em um tempo em que quase tudo passa pelas telas e pelas redes. Por isso, garantir o acesso à informação é um direito fundamental, especialmente em territórios onde as narrativas hegemônicas historicamente invisibilizam ou distorcem a realidade local, e onde as barreiras sociais dificultam esse acesso.
Nesta linha de ação, formamos comunicadores e produtores de conteúdo a partir da vivência do território. Acreditamos na comunicação como ferramenta de expressão coletiva e de fortalecimento do direito à comunicação, ampliando as vozes do território e conectando os moradores às diversas linguagens e plataformas. Nosso principal projeto nesta linha é o Galo da Providência, uma escola-agência de comunicação criada e liderada por jovens do morro e de seus arredores.
A formação é realizada com base em uma metodologia construída coletivamente, que une teoria crítica, vivência do território e prática. Ao final do processo, jovens que se destacam são convidados a integrar a equipe da agência, que hoje presta serviços de comunicação digital para organizações e empresas da região.
Somos da Providência e trabalhamos pela Providência. Nosso compromisso é mobilizar os moradores em ações que transformem o território a partir das nossas próprias perspectivas, colocando a favela no centro das decisões sobre arte, cultura e política. Para isso, mantemos viva a nossa capacidade de conexão, escuta e articulação no território. É esse vínculo cotidiano que dá força, verdade e propósito ao nosso trabalho.
Esta linha de ação reúne iniciativas que aproximam a Galeria dos moradores; indo desde ações de porta em porta a articulações institucionais que garantem o acesso a direitos, bens e serviços. Cada ação é também uma forma de fortalecimento do sentimento de pertencer e reafirmar que a Providência tem seus próprios protagonistas.
